O Equador é o sonho de qualquer amante de aventura e desportos de adrenalina. Em que outro lugar podes descer um vulcão de bicicleta, saltar de uma ponte, fazer rafting, tirolesa e parapente – tudo no mesmo dia?
Pois bem, esse lugar existe e chama-se Baños (de Agua Santa)! Esta autêntica capital da adrenalina dista menos de 200km da capital administrativa Quito, e aqui a vida é vivida intensamente ao longo de todo o ano.
Mas se o que te puxa é a vida selvagem, os vários parques e reservas nacionais oferecem-te experiências de todo o tipo, desde expedições à selva Amazónica a nadar com tartarugas gigantes e leões marinhos nas Ilhas Galápagos.
E se depois de tantas emoções achares que está na hora de relaxar, podes contar com banhos termais, centros de massagem e bem-estar e fins de dia tranquilos, acompanhados de boa comida, bebida e a banda sonora do Oceano Pacífico (literalmente!).
Dentro de água

O rafting é um dos desportos de adrenalina mais populares no Equador (Créditos: skeeze)
Estando localizado na linha do equador é possível ir para a água ao longo de todo ano, mas a época mais popular para o kayaking vai de Novembro até Março. Um local lindíssimo para isto é o Lago Quilotoa, formado na cratera do vulcão homónimo, com deslumbrantes águas verde esmeralda. Encontra-se a 3500m de altitude e podes atravessar o lago em cerca de 30 minutos.

A rota do surf é complementar à rota do spondylus (Créditos: yoamoaecuador.blogspot.com)
Para quem nunca experimentou rafting ou quer ficar perto de Quito, os Rio Jatun Yacu (classe III) e Quijos (classe IV, situado a 2000m de altitude) são boas opções. Junto a Baños a acção passa-se no Rio Pastaza (classe II a IV, dependendo do caudal provocado pelas chuvas). Outra opção é ir até Tena e passar o dia nos Rios Hollín e Jondachi (classe IV), passando por um desfiladeiro de 10m de profundidade, uma queda de água e lagoa, até à entrada da selva.
Um bom local para fazer canyoning (uma espécie de “rappel em quedas de água” ) fica perto de Baños, no desfiladeiro do Rio Blanco, Chamana e Cashuarco (onde também podes fazer rappel e tirolesa). Das várias quedas de águas há uma com mais de 30m de altura!
Para o surf & bodyboard, as praias ao longo da rota do Spondylus (um tipo de molusco popular nesta região, na província Manabi) são óptimas: Atacames (popular entre os Quiteños), Mompiche , Canoa, Manta e Montañita (popular pelos dias tranquilo e noites cheias de animação). As melhores ondas apanham-se entre Janeiro e Março.
Sobre rodas e a galope

De bicicleta junto à cratera Quilotoa (Créditos: Sharon & Lee)
Em Baños é muito fácil alugar um ou dois pares de rodas para explorar a região: bicicletas, motorizadas, buggys ou veículos todo-o-terreno.
Um trajecto popular é a Ruta de Las Cascadas, percorrendo 61 km até chegar a Puyo. O troço que vai até Rio Verde está repleto de cascatas impressionantes, como o Caldeirão do Diabo e passa também por alguns túneis e pontes. Para o regresso a Baños há autocarros onde podes transportar a bicicleta, ou então apanhar boleia numa carrinha.
Se o teu sonho é rodar na encosta d e um vulcão, tens várias opções ao longo da “Avenida dos Vulcões”: Sangay, Chimborazo, Llanganates, Iliniza, Cotopaxi, Antisana e Cayambe-Coca. Mas o destaque vai para o trajecto do “Quilotoa loop”, que oferece vistas impressionantes para a lagoa (de que já falámos antes). Nestas estradas secundárias é frequente encontrar pessoas a cavalo que, na maior parte das vezes, aceitam ficar um pouco à conversa e partilhar a cultura e vivência local.
E se a ideia de andar a cavalo te interessou, fica sabendo que essa também é uma opção, nomeadamente junto do vulcão Cotopaxi. Vestindo um tradicional zamarro ao estilo Chagra, podes cavalgar ao longo de trilhas naturais no meio de belos campos de páramo (um um ecossistema neotropical andino), passando por manadas de cavalos e touros selvagens. Aqui também é possível avistar ursos andinos, pumas, alpacas e até lobos, pelo que estar montado a cavalo acaba por ser uma boa ideia em caso de “encontros imediatos”.
Equador, vida selvagem

Uma iguana nas ilhas Galápagos (Créditos: Goran Šafarek)
Existem vários tipos de “jungle tours” na Amazónia, desde passeios de um dia às portas da selva, até aventuras imersivas de até duas semanas, onde tens a oportunidade de conhecer algumas comunidades locais e suas tradições.
Nesta que é uma das zonas mais biodiversas do planeta, poderás ver de perto alguns animais selvagens, como macacos, jacarés, antas (tapirs), preguiças, borboletas, tartarugas e golfinhos rosados de rio. Ao todo existem mais de 350 espécies de peixes, 150+ de anfíbios, 120+ de répteis, 200+ de mamíferos e 550+ de pássaros. Em termos de flora, foram identificadas mais de 2000 espécies diferentes, em particular várias espécies de orquídeas e de plantas medicinais.

Mapa de Áreas Protegidas do Equador (Créditos: exploringecuador.com)
Usando um guia local autorizado podes partir à descoberta da selva profunda a pé e de canoa, usando por base um lodge para as pernoitas. No rio Napo podes inclusivamente pescar piranhas ou até nadar com elas, se tiveres coragem para isso!
No Equador existem mais de 50 áreas protegidas, entre parques nacionais, reservas ecológicas, refúgios de vida selvagem e uma reserva de geobotânica. Ao todo cobrem 24 províncias, numa extensão de perto de 300 mil km quadrados (mais de 3x o tamanho de Portugal). Entre os destinos mais populares estão a Reserva Cuyabeno, a região de Mindo e os Parques Nacionais Galápagos, Yasuni, Machachilla e Podocarpus.
A pé e pelos ares

Puenting – saltando de pontes, em Baños (Créditos: Tim Snell)
Comecemos pelo puenting, uma espécie de bungee jumping numa versão local ligeiramente mais arriscada. A diferença é que neste salto pendular usa – se uma corda, em vez do material elástico usado no bungee. Em Baños esta actividade pode ser feita na ponte San Francisco ou no Río Blanco. Apesar de não haver seguro por ser uma actividade extrema, os operadores são profissionais e o material de boa qualidade.
Da mesma forma, existem vários operadores de zipline (aka canopy) que te permitem vistas aéreas fantásticas, deslizando pela vegetação selvagem. Existem ofertas com diferentes alturas, velocidade e distâncias, algumas delas integradas em circuitos com travessia de pontes suspensas.
Este é também um ótimo destino para fazer parapente , graças à diversidade de paisagens que se podem observar, seja na costa do Pacífico Sul (Montañita, Cerro Blanco ou Crucita) ou nos diversos cenários andinos que combinam lagos e montanhas (Baños ou Pululahua). Pode fazer-se todo o ano, embora o ideal seja entre Maio e Dezembro.
Para os amantes de caminhadas, não faltam opções, desde algumas horas a vários dias de duração! Os parques nacionais Cajas e Machalilla têm vários trilhos que vale a pena conhecer, inclusive a lindíssima Playa Los Frailes e a Isla de La Plata (aka “Galápagos dos pobres”). Nas Galápagos (“dos ricos”), vale a pena fazer a curta caminhada até à Tortuga Bay para ver as iguanas marinhas e nadar na Playa Mansa. A partir de Baños podes caminhar 1h até ao Mirador de la Virgen e 4h até à famosa Casa del Arbol, com boas vistas para o vulcão Tungurahua . Finalmente, os 40km que ligam Achupallas a Ingapirca fazem parte do antigo Caminho Inca, que ligava Quito a Cusco (no Peru).
Se gostas de vulcões e montanhismo, o Rucu Pichincha em Quito (fácil; 3-4 h desde a saída do funicular e início do trilho, chegando aos 4696m), o Quilotoa (fácil; 4h para o trilho à volta da cratera ou 3-4 dias para o circuito completo de 40km, chegando aos 3900m) ou o Cotopaxi (difícil; requer preparação e 7-8h até ao cume, a 5897m). Além deste último, podes visitar os vulcões Pasochoa e Rumiñahui durante a caminhada da “Avenida dos Vulcões”, ao longo de 7 dias. De referir ainda o Chimborazo que, do alto dos seus 6268m, é a montanha mais alta do país.
Aventura-te e ruma ao desconhecido com a The Wanderlust!