71% do nosso planeta é coberto pelos Oceanos, albergando um mundo cheio de vida para descobrir. Infelizmente, o aumento da temperatura e acidificação da água, perda de habitats marinhos, poluição, pesca excessiva e actividade humana inconsciente, levou a que 49% da população marinha se tenha perdido em cerca de 40 anos.
Diariamente, várias espécies marinhas se encontram sob ameaça e o turismo marítimo irresponsável em muito contribui para este flagelo. Observar golfinhos e baleias, mergulhar com mantas, tartarugas ou tubarões baleia, praticar snorkelling e mergulho são actividades extremamente atraentes para os entusiastas da vida marinha. No entanto, deverão ser feitas com a devida moderação e consciência ambiental.
Se as próximas férias têm como destino um paraíso subaquático, eis o que podes fazer minimizar o teu impacto:
Usa a GoPro de forma responsável

Um viajante persegue uma tartaruga marinha com a sua câmara (créditos: Miriam Augusto)
Embora usar uma câmara debaixo de água nos dê fotografias fantásticas, é preciso usá-la de forma responsável. Câmaras, especialmente as usadas com sticks, podem bloquear o caminho de uma espécie marinha, levando a um nível de stress no animal completamente desnecessário.
Não alimentes qualquer espécie marinha
Infelizmente esta é uma prática corrente e altamente prejudicial, não só para as próprias espécies marinhas como também para os humanos. Para além de levar os animais a associarem humanos com comida, podendo aumentar o número de ataques (nomeadamente de tubarões), a sua dieta deixa de ser a mais indicada interferindo nos seus ciclos de alimentação e rotas de migração. A par disto, torna-os mais vulneráveis a predadores, pode levar a ferimentos tanto dos animais como dos humanos e, no caso de alimentação de peixes de coral, poderá levar ao crescimento descontrolado de algas, o seu alimento normal, levando ao sufocamento de corais.
Lê o rotulo do teu protector solar
Antes de te atirares à água, certifica-te de que o protector solar que estás a usar não contém químicos nocivos que podem poluir as águas dos oceanos e danificar os recifes de coral. A oxibenzona é conhecida por interferir com a reprodução dos corais e os seus ciclos de crescimento, culminando num fenómeno conhecido como branqueamento. Ao mesmo tempo, tem vindo a ser apontada como nociva para saúde humana, dada a grande capacidade de penetrar as camadas profundas da pele e permanecer no organismo. O ideal, será optar por protectores solares biodegradáveis cuja composição recorre a substâncias como o dióxido de titânio e óxido de zinco. São mais seguros e ecológicos.
Sê consciente ao adquirir lembranças

Estrelas do mar são muitas vezes secas e vendidas como souvenirs (créditos: Miriam Augusto)
Se és uma amante do oceano há lembranças que não deves de todo comprar ou mesmo retirar do seu habitat. Conchas, corais, animais secos, pérolas, carapaças de tartarugas, encontram-se à venda um pouco por todo o mundo em exóticos destinos de férias. No entanto, ao adquiri-las, estás a representar e a contribuir para a ameaça dos oceanos, espécies e ecossistemas locais. Se efectivamente queres ter lembranças, tira fotografias, adquire artesanato local que não recorre a este tipo de materiais e encoraja os locais a preservarem os seus oceanos.
Opta por alojamento local
Sempre que um determinado local exótico começa a ganhar destaque, a indústria do turismo ataca. O desenvolvimento costeiro destrói locais de desova de tartarugas marinhas e perturba os ecossistemas circundantes que, infelizmente, já se encontram em perigo. Em vez de fazeres check-in num hotel que pertence a uma cadeia internacional, opta por pequenos alojamentos geridos por locais e um pouco mais afastados da costa.
Nunca deixes lixo para trás
De acordo com as Nações Unidas, pelo menos 800 espécies em todo o mundo são afetadas por detritos marinhos, e até 80 por cento desse lixo é plástico. Parece bastante óbvio, mas deixar qualquer resíduo na praia ou oceano, é uma enorme ameaça para todo o ecossistema marinho. Por norma, as espécies confundem itens de plástico, como palhas e embalagens, com comida. Uma vez que os seus sistemas digestivos não conseguem digerir estes itens, os animais acabam por morrer. Um único saco de plástico pode enredá-los, matando-os ou deformando os seus corpos em crescimento. Por isso, nunca deixes nada para trás!
Procura agências responsáveis e sustentáveis

Viajar com uma agência responsável e sustentável é meio caminho para a preservação de espécies marinhas (créditos: Miriam Augusto)
A The Wanderlust aconselha-te a seres pró-activo e a fazeres a tua pesquisa antes de contratares qualquer agência que promova actividades de interacção com a vida marinha, seja de observação, snorkeling ou mergulho. Se todos pudermos ser responsáveis pelas nossas próprias acções, podemos tornar os nossos oceanos mais saudáveis. Garante que a empresa com que estás a viajar segue políticas responsáveis e sustentáveis.
Ver também: 8 Formas de ser um viajante responsável