A Índia é organizada como uma união de 29 estados com o seu próprio governo e 7 territórios administrados diretamente pelo governo federal. É um país enorme e um dos mais populosos do mundo.
Possui uma enorme diversidade paisagística, económica, cultural, social e espiritual. É um autêntico desafio para qualquer viajante e talvez por isso, a viagem de uma vida.
Esta viagem vai-nos levar por 5 estados, sendo eles Uttar Padresh, o magnífico Rajastão, o estado em que se localiza a capital e ainda a portuguesa Goa. É um país completamente diferente do que estamos habituados e por isso é uma experiência única.
Varanasi

Pôr-do-sol no rio Ganges (créditos: Fábio Inácio)
Localiza-se no estado de Uttar Pradesh e pode ter sido fundada há cerca de 3000 anos.
A cidade é considerada por muitos fiéis a mais sagrada do hinduismo, o que se deve ao facto de ser banhada pelo rio Ganges, que para os indianos não é apenas um rio, mas uma divindade materna.
Os seguidores do hinduísmo acreditam que o rio tem a capacidade de purificar os pecados acumulados, por isso morrer em Varanasi ou pelo menos ser cremado e ter as cinzas atiradas à àgua, é a forma mais elevada de purificação. Existe uma crença que indica que quem morre em Varanasi fica liberto do ciclo de reencarnações.
As cerimónias de cremação acontecem nos gaths, as escadarias de pedra que descem até ao rio Ganges e que são a a alma de Varanasi. Além destas cerimónias, nos restantes gaths (mais de 100) praticam-se outras atividades, uma vez que cada um deles tem um significado distinto.
Agra

Taj Mahal (créditos: Catarina Leonardo)
Agra localiza-se também no estado de Uttar Pradesh, tal como Varanasi. Situa-se na margem ocidental do rio Yamuna, que é um afluente do rio Ganges. Esta cidade é uma das mais importantes da Índia.
Foi estabelecida no ano de 1475 pelo rei Badal Singh e fundada alguns anos mais tarde, pelo último sultão de Delhi, Sikander Lodhi. Foi este que ordenou que Agra fosse construída e que fosse a capital.
Com a ocupação de Agra pelo Xá turco Babur nasceu o último grande império indiano, o Mogol. Foi nesta época que os mais conhecidos monumentos de Agra foram construídos.
O Taj Mahal é uma homenagem a um grande amor. A história começa com um príncipe que se enamorou de uma princesa, com quem veio a casar. A princesa chamava-se Arjumand Banu Begum, mas acabou por ser conhecida por Mumtaz Mahal, que significa “A eleita do palácio”, pois era a esposa preferida do Rei (de entre várias). Quando tinha 39 anos a Rainha morreu no parto do seu 14º filho. Porém, antes de morrer, terá dito que gostaria de descansar num grandioso mausoléu. E desta forma o Rei mandou edificar o complexo do Taj Mahal em homenagem à sua esposa favorita.
O Forte Vermelho encontra-se muito perto dos jardins do Taj Mahal. É uma construção super imponente com enormes paredes de arenito vermelho. Esta poderosa fortaleza tem no seu interior a cidade imperial dos governantes Mogol.
Os últimos dias do Imperador que homenageou a sua amada com o Taj Mahal foram passados na prisão do Forte.
Jaipur

Amber Fort (créditos: Miriam Augusto)
Jaipur é a capital do estado do Rajastão, a famosa terra dos marajás, os grandes reis. É, aqui neste estado, que fica o deserto de Thar.
É conhecida como cidade cor-de-rosa, uma vez que os edifícios do centro histórico estão pintados dessa cor. Foi no ano de 1876 que o Marajá mandou pintar os edifícios de rosa, para impressionar a corte britânica que se encontrava a viajar pelo país. O rosa está associado à hospitalidade.
O Palácio do Vento é o mais famoso símbolo da capital do Rajastão e um exemplo importante da arquitetura Rajput.
Este edifício é bastante elaborado e é uma extensão do Palácio da Cidade, especificamente dos compartimentos femininos e tem uma arquitetura bastante peculiar, com 953 janelas rendilhadas.
A existência de tantas janelas possibilita que haja um inteligente sistema de refrigeração no interior do edifício, com um constante fluxo de ar nas divisões interiores.
Na proximidade de Jaipur localiza-se o Forte Amber. Foi em 1592, que o rajá Man Singh I começou a sua construção, sobre as ruínas de um antigo forte do século XI.
Após a realização de obras de expansão e renovação, resultou uma fascinante mistura da arquitetura hindu e mughal. Desde que foi construído, o palácio que se encontra no interior do Forte Amber, foi morada dos reis Kachhawaha e das suas famílias, que aí viveram até 1727, ano em que a capital passou de Amber para Jaipur.
Jaisalmer

Vendedores de rua, Jaisalmer (créditos: Fábio Inácio)
Jaisalmer é conhecida como a cidade dourada, devido à tonalidade do arenito amarelo utilizado nas suas construções. Localiza-se no coração do deserto de Thar, no estado do Rajastão. O deserto é também conhecido como o Grande Deserto Indiano.
A cidade foi fundada em 1156 por Rawal Jaisal. Este rei Rajput mudou a capital para Jaisalmer e mandou construir o forte.
O Forte de Jaisalmer é um magnífico complexo também construído com arenito amarelo. Por essa razão é designado de Forte de Ouro. A sua época mais próspera ocorreu na época em que se encontrava na rota das caranavas que utilizavam a rota do deserto. Jaisalmer cobrava taxas a quem passava. Esta era a principal fonte de riqueza.
Jodhpur

Vista sobre a cidade de Jodhpur (créditos: Miriam Augusto)
A cidade de Jodhpur é uma das cidades mais antigas do Rajastão. É conhecida por cidade azul, uma vez que as suas casas têm as paredes pintadas dessa cor. Quando Jodhpur e Jaipur se encontravam em guerra, o marajá pediu que os brâmanes de Jodhpur não fossem atacados. O exército de Jaipur aceitou o pedido e indicou que as casas onde os sacerdotes viviam deviam ser identificadas. E por essa razão, as casas foram pintadas de azul. A escolha desta cor estará relacionada com a cor da pele de Shiva ser azul.
Ao longo do tempo mesmo as casas que não eram habitadas pelos brâmanes também foram pintadas de azul, porque os habitantes não queriam ser atacados na guerra que se travava. Por outro lado pintar a casa de azul é uma demonstração de que os seus habitantes são devotos de Shiva.
Para se ter uma vista panorâmica da mancha azul de todo o casario de Jodhpur, o ideal é visitar o Forte Mehrangarh, o maior forte de todo o estado, onde se destaca uma sala totalmente decorada de ouro e espelhos. Era aqui que o marajá realizava audiências privadas.
Também num ponto alto da cidade encontra-se o Palácio Umaid Bhawan, uma das maiores residências privadas no mundo. Uma parte desta construção do século XX é ocupado por um magnífico hotel.
Deli

Humayung tomb (créditos: Fábio Inácio)
Deli é a capital da Índia e localiza-se no noroeste do país, junto ao rio Yamuna. A sua história é muito antiga. Já passaram por lá muçulmanos, mongóis, persas e ingleses.
A cidade é composta por 2 partes, muito contrastantes. A Nova Deli, uma zona moderna, onde se encontra a sede do governo e avenidas amplas, grandes áreas comerciais e arranha-céus. Esta área foi desenhado por Edwin Lutyens, um arquiteto londrino.
Por outro lado na Velha Deli existem ruas estreitas e lotadas de animais, riquexós, tuk tuks. É um autêntico caos.
Na Velha Deli encontram-se alguns dos mais importantes monumentos da cidade e da Índia.
A mesquita Jama Masjid é a maior da Índia, tendo capacidade para 25000 devotos. A sua construção teve início em 1644 e teve influência do imperador Mogol que construiu o Taj Mahal e o Forte Vermelho, na cidade de Agra.
Também o mesmo imperador mandou construir o Forte Vermelho. Este complexo com paredes de arenito vermelho levou quase uma década a ser concluído. É uma cidadela que já foi a sede do império Mogol.
Panjim

Basílica do Bom Jesus, Goa (créditos: Fábio Inácio)
Panjim é a capital do estado de Goa, na costa ocidental da Índia. Localiza-se na margem sul do rio Mandovi, um dos mais importantes do estado.
Goa foi muito disputada por vários impérios, dada à importância do seu porto comercial. Em 1510 quando se encontrava ocupada pelos árabes foi tomada pelos portugueses, logo após a descoberta do caminho marítimo para a Índia.
Durante essa ocupação foram construídos vários templos cristãos, tal como a Basílica do Bom Jesus, a Igreja da Imaculada Conceição ou a Igreja de Santa Catarina.
No ano da independência da Índia, em 1947, o país reclamou Goa, mas só alguns anos mais tarde é que foi incorporada.
As marcas da presença portuguesa podem ser vistas no bairro das Fontainhas. A arquitetura, cultura e a gastronomia são emblemáticos da cultura portuguesa.
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